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Direitos Humanos na pandemia – o que fizemos
Além de mulheres, crianças, comunidade LGBTQIAP+ e populações mais vulneráveis (como em situação de rua, imigrantes, desempregados, encarcerados e mesmo idosos) também estiveram mais expostos a situações de violência durante a pandemia. Diante deste cenário trágico, as Universidades Federais atuaram no combate à violência doméstica e de gênero, na defesa dos direitos humanos e na assessoria jurídica e judiciária às populações vitimadas ou em risco.
Foram dezenas de programas e projetos de extensão, observatórios, núcleos de apoio e suporte jurídico e psicológico que atuaram na pandemia prestando assessoria gratuita, acolhendo e orientando a população. A assistência quase sempre esteve associada a projetos de ensino e pesquisa, permitindo o reconhecimento do problema, a realização de mapeamentos, a elaboração de cartilhas, a adoção de estratégias de comunicação diversas e a produção de conhecimento. Assim, os estudantes que atuaram no tema, em grupos interdisciplinares orientados por docentes, puderam atuar solidariamente e considerar o problema em todas as suas dimensões e possíveis ações.
Veja como nossas universidades trabalharam em todos os cantos do Brasil:
No Acre, a UFAC criou o projeto de extensão “Educação para os Direitos Humanos diante da Pandemia da Covid-19: A Conscientização Nunca Foi Tão Imprescindível”; em Minas Gerais, a UFLA realizou o projeto “Niara – Empoderar para não silenciar”, que atuou no combate à violência de gênero, oferecendo uma rede de apoio, suporte jurídico e psicológico às vítimas; em Brasília, a UnB ofereceu atendimento jurídico e psicológico a mulheres vítimas de violência; na Bahia, a UFBA realizou acompanhamento de casos de violência doméstica com orientação por teleassistência.
No Mato Grosso do Sul, a UFMS realizou prestação de assistência jurídica e judiciária gratuita à população em situação de vulnerabilidade social, pela parceria entre a Divisão de Assistência Judiciária (DAJ), o Núcleo de Direitos Humanos e Cidadania LGBT e a Clínica de DH, que também ofereceu acolhimento psicossocial e orientação jurídica às pessoas trans e travestis e às populações em situação de rua e carcerária.
No Rio, a UFRJ atuou na área de direitos humanos e justiça com 115 ações de Extensão, voltadas a grupos em situação de vulnerabilidade como crianças, adolescentes, mulheres, idosos, povos tradicionais, agricultores familiares, trabalhadores da economia popular e solidária, quilombolas e pessoas em situação de encarceramento.
Em relação à população com perda de renda, por exemplo, a Federal de Grande Dourados, no Mato Grosso do Sul, realizou projeto focado no mapeamento da situação do direito do trabalho, com elaboração de cartilha informativa para a população e curso à distância a respeito da pandemia da Covid-19 e o direito laboral; a UFMG criou Polos de Cidadania e produziu, entre outras ações, cartilha para trabalhadores informais que precisaram acessar o auxílio emergencial do governo federal. No Paraná, a UFPR também prestou assistência para acesso ao auxílio emergencial, o “Cartão Comida Boa” e outros programas, incluindo o acolhimento a imigrantes; em São Paulo, a Unifesp realizou ações relacionadas a direitos humanos e renda cidadã, acolhendo e orientando em especial a população em situação de rua, pessoas trans e imigrantes.
Em Minas, a UFJF também implantou programa de extensão voltado à população em situação de rua em Juiz de Fora e Governador Valadares, e ampliou as ações do Centro de Referência de Promoção da Cidadania de LGBTQI+ e do projeto “Revir – mulheres encarceradas de volta a vida extramuros”. No Tocantins, a UFT criou programa de rádio para disseminar campanha educativa de combate à violência contra a mulher.
O isolamento social, a perda de renda e emprego, as situações de despejo, o fechamento das escolas, entre outros fatores, ampliaram as desigualdades e os riscos para os mais pobres. Nossos estudantes estiveram muito envolvidos nas ações de extensão e assistência na garantia de direitos e o aprendizado nessas situações foi enorme. Futuros profissionais do Direito, do Serviço Social, da Educação, entre outras formações que atuaram no combate à violência na pandemia foram, sem dúvida, sensibilizados e dessas experiências se forja o compromisso pela construção de uma sociedade mais justa e solidária.
Quer saber mais sobre esse tema e outras ações das universidades federais durante a pandemia? Visite o nosso Painel sobre o tema.
Leia mais (09/09/2022 – 08h00)