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Rondônia, terça, 21 de janeiro de 2025.

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O rooftop do Museu da Língua Portuguesa e o inglês empresarial

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Foi objeto de muitos comentários e de alguma celeuma nas redes sociais o recente uso do anglicismo “rooftop” em uma reportagem de jornal sobre a abertura de um café no “terraço” (ou na “cobertura”) do prédio do Museu da Língua Portuguesa. O uso da palavra inglesa é cada vez mais comum nas páginas dos periódicos, pois está na moda instalar bares no topo de edifícios, de onde se tem vista panorâmica da cidade. O incômodo desse caso, em particular, deu-se por se tratar do “rooftop” de uma instituição dedicada à língua portuguesa. Configurou-se uma espécie de ironia não planejada.

O fato é que, por mais que o emprego de estrangeirismos seja justificado pelos linguistas, sempre atentos ao dinamismo da língua, a percepção dos próprios falantes, que não são cientistas da linguagem, diz algo importante sobre nossa relação com o idioma. Pareceu aos comentadores, embora nem todos se tenham dado conta disso, que foi uma espécie de desrespeito (ou de falta de etiqueta) usar um anglicismo de entrada recente no idioma para noticiar algo relativo ao Museu da Língua Portuguesa. Se fosse em outro contexto, “rooftop” não teria provocado discussão; da mesma forma, se o termo em questão, no mesmo contexto, fosse “show” ou “marketing”, é bem provável que ninguém tivesse dado atenção ao caso, pois esses estrangeirismos, ao que tudo indica, estão claramente incorporados no registro cotidiano da maioria dos falantes.

Afinal, como lidamos com os estrangeirismos? Recente reportagem da Folha acerca do uso do inglês como jargão das empresas mostra que o excesso de anglicismos desnecessários ? como “call” (chamada telefônica ou de videoconferência) ou “budget” (orçamento), entre inúmeros outros exemplos ? tem causado certo desconforto e muito ruído na comunicação.
Leia mais (07/18/2023 – 10h00)

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