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Rondônia, terça, 19 de março de 2024.

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DJs: Confira 21 dicas de mixagens

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DJ NÃO TEM VIDA FÁCIL

A mixagem é como o paladar para o vinho. Você vai aprimorando com o tempo. Não é uma ciência exata e não pode ser explicada por fórmulas e padrões. Cada caso é um caso.

E no final… quem manda é o seu ouvido!

Confira 21 dicas imperdíveis de mixagem que irão te nortear bastante nesse processo.

1 Utilize grupos e subgrupos

Direcione determinadas faixas, tais como o kit de bateria, pads ou leads, para subgrupos. Desta forma, você pode controlar o nível geral dos elementos do subgrupo através de um único fader. Isso pode ser muito útil!

Além disso, você pode utilizar determinados plugins no grupo inteiro, alcançando, assim, um efeito mais natural.

2 Cuidado com o uso excessivo de efeitos

…principalmente o reverb, pois ele pode afetar a sua mix e tirar o contraste que é necessário para dar o “punch”. Quanto mais “seco” o som, mais para frente ele soará. Quanto mais reverb, mais para trás. 

3 Não use stereo pan em kicks e nem em baixos

Estes elementos carregados de energia devem ser distribuídos igualmente entre os autofalantes (ou seja: MONO), para melhores resultados. Quanto mais grave o elemento, menos ele responde ao PAN. Então, é recomendável deixar as frequências mais graves no centro. 

4 Mantenha os monitores no volume ideal

Existe uma coisa chamada “Curva de Loudness”. De maneira grosseiramente resumida, isso quer dizer que o nosso cérebro não interpreta as frequências corretamente se ouvimos muito baixo ou muito alto. Sendo assim, existe uma certa padronização em 79 decibéis para salas pequenas. Se você não tem um decibelímetro, imagine que 79 decibéis é  mesmo volume de uma pessoa conversando do seu lado. Esse é o volume ideal para você mixar as suas tracks! Nada de bombar o monitor, ok?

5 Feche os olhos, abra os ouvidos

Tente acompanhar a sua música com o mínimo distração visual possível, pelo menos uma ou duas vezes durante o processo de mixagem de áudio. Desligue o monitor, feche os olhos e apenas ouça.

Você vai se surpreender com o quanto a objetividade isso pode trazer para sua mix. Nós tendemos a atribuir muita importância consciente para o que vemos, então, quando nós eliminamos um pouco do estímulo visual, nós permitimos que nossa mente consciente se concentre mais no que ouvimos.

6 Sabe o L2, da WAVES?

Não use este limiter no master durante a sua mix. Você não consegue aumentar o ganho quando o limiter está no master bus. Ele ainda torna difícil perceber quando os picos excedem o 0dB. Aliás, se você não tem um motivo claro para usar um limiter, não use! 

7 Utilize o compressor com sabedoria

Muita compressão em várias faixas pode fazer com que seu som fique extremamente achatado, sem vida e uni-dimensional. Portanto, use com moderação! 

Dê preferência para compressão em grupos, em vez de usá-la em faixas separadas. Isso vai fazer com que você encontre resultados mais naturais e coerentes. É claro que existem casos em que você vai precisar utilizar compressão em faixas individuais. Mas, comprimindo grupos de faixas fará com que você encontre um resultado mais orgânico e natural.

Você pode usar um compressor para aumentar a dinâmica de um instrumento. Um compressor com attack lento pode ajudar a trazer vida para um elemento que estava apagado.

8 O equalizador é o seu melhor amigo

CUT ou BOOST? Quando falamos de equalização, sempre dê preferência ao ato de CORTAR frequências do que AUMENTAR frequências. Isso minimiza riscos de distorção e permite que você alcance resultados mais discretos e musicais.

“>HIGH PASS FILTER (HPF) e LOW PASS FILTER (LPF): Aplique um HPF em todos os instrumentos que não sejam kick ou bass. Isso vai ajudar a limpar o low end da sua música, especialmente em tracks que foram gravadas ao vivo. Isso vai liberar muito espaço na sua mix. Frequências baixas carregam muita energia e muitas vezes, nem são perceptíveis aos ouvidos humanos. Em contrapartida, você pode usar um LOW PASS FILTER para eliminar frequências altas indesejadas.

9 Use o Reverb com sabedoria

PRE-DELAY – O Pre-delay é a característica mais poderosa de qualquer reverb. Ele permite que uma determinada quantidade de sinal DRY passe antes de ser processado pelo reverb propriamente dito. Isso permite que o attack se mantenha preservado. Principalmente quando se trata de vocais, é interessante preservar o attack, configurando o pre-delay entre 20ms e 80ms.

REVERB 3D – Você pode criar uma ambiência incrível utilizando 2 out 3 reverbs em um único elemento. Para começar, tente colocar um reverb “small room”, para dar um pouco de espacialidade no elemento sonoro. Em seguida, escolha um reverb “plate” e vá adicionando aos poucos, lentamente, como se estivesse colocando um tempero no seu molho de macarrão. Por último, você pode adicional um reverb tipo “hall” com tail longo e, novamente, ir adicionando aos poucos. MUITO CUIDADO com o excesso de reverb. Mas, como saber se está em excesso? Veja na próxima dica

A quantidade de reverb é uma questão de gosto, é claro! Mas, pense uma coisa. O reverb tem a função mágica de unir os elementos da mix e criar uma ambiência. Acredite, pouco reverb já causa efeitos grandes na mix. Quando for utiliza-lo, sole o instrumento e comece a adicionar o reverb até que você possa ouvi-lo. Então, você reduz um pouquinho, até que possa sentir que quer aumentar de novo. Provavelmente, este será o ponto certo.

Use HIGH PASS FILTER no REVERB: Isso mesmo! Da mesma forma que você aplica o HPF (ou filtro passa-alta) nos seus instrumentos, faça com o reverb. Ou seja, cortando as frequências baixas do seu reverb, você conseguirá um som com mais definição. Alguns plugins já possuem essa função, mas você pode utilizar ou outro plugin para isso, em um canal auxiliar, por exemplo.

10 Organize a sua música

Organize as faixas por cores e as nomeie. Isso vai fazer você poupar muito tempo. Não tenha preguiça de organizar a sua track!

11 A ordem dos plugins importa!

Equalizador ou compressor primeiro? Muitos produtores tem opiniões diferentes em relação a isso. Entretanto, não existe uma regra. Algumas vezes, você vai ter um resultado melhor colocando o equalizador antes do compressor e às vezes o contrário. 

Mas, o mais importante é você saber que a ordem dos plugins tem um impacto importante no resultado final. Tenha isso em mente sempre!

12 Não deixe nada clipar

Nem no sintetizador, nem no seu mixer, nem no master, nem no canal, nem em nada!!!! Se você quer que algo soe mais alto, aumente o volume do seu autofalante. Os “clips” podem arruinar a sua música, principalmente causando distorção. Se você gosta de distorção, use um plugin para isso, mas não deixe nada clipar.

13 Efeito “cola” na mixagem

Se você tem 2 elementos que não estão soando bem juntos, pois possuem frequências parecidas, você pode fazer um truque no equalizador. Observe qual é a frequência preponderante e faça vários cortes pequenos nessa frequência do elemento principal. Por exemplo, se você tem 2 leads que aparecem juntos e que a frequência preponderante seja em torno de 500Hz, faça pequenos cortes nessa frequência no lead principal. Isso vai fazer com que os 2 apareçam “colados” na mix.

14 Som tridimensional

Você pode usar o PAN para criar uma imagem estéreo da sua música (ou seja, trabalhar na posição horizontal). Mas, além disso, existem 2 truques que você pode utilizar para aumentar a espacialidade do seu som. O reverb é clássico por proporcionar a ilusão de distância e deve ser utilizado com sabedoria para alcançar este efeito. Você também pode conseguir um efeito de distância removendo um pouco das frequências mais altas do elemento sonoro.

15 Cuidado com o PAN

O uso do pan é legal, mas você deve ter alguns cuidados.

Com a mixagem estéreo, você pode cair na cilada de ter dois sons separados demais. O que há de mal nisso? A maioria dos sound systems ainda é em MONO. Isso quer dizer que, se você tem sons muito separados na sua mix, eles simplesmente vão desaparecer quando você for apresentar a sua música naquele clube ou festa que sempre sonhou. Para não correr este risco, sempre cheque todos os canais da sua track em mono. Se soarem bem em mono, vão ficar perfeitos em estéreo e você poderá tocar em qualquer tipo de sound system sem medo!

16 Equalizando a bateria

Você deve ter em mente que os elementos de bateria são compostos por duas importantes partes. A primeira delas é o transiente inicial e a outra é o corpo ou tail.

KICK (Bumbo) – As frequências de 80-100Hz conferem o PUNCH do kick. Para conseguir espaço para tons fundamentais do baixo, você pode remover algumas frequências-chave do kick, literalmente fazendo buracos no kick para o bass preencher. Tente começar fazendo cortes entre o range de 200-400Hz e, possivelmente, cortes bem fininhos (Q) em torno das frequências 160Hz, 800Hz e 1.3kHz. Um High Pass Filter (HPS) acima de 50Hz vai ajudar a “apertar”o kick, além de remover sub-bass inaudíveis que só prejudicam a sua mix. Além disso, seu kick também pode precisar de alguns boosts (aumentos) nas frequências médias e/ou altas. Tente pequenos boosts entre 2.5-6kHz para enfatizar o Transiente (click) e fazer com que o kick soe limpo em auto-falantes pequenos.

O SNARE (Caixa) – Os snares são geralmente muito presentes. Portanto, alguns cortes sempre são necessários. Comece cortando (high pass) tudo abaixo de 150Hz. Se o snare estiver muito presente, faça um corte na frequência mágica de 5kHz para tira-la um pouco de evidência. Um pequeno boost em 10kHz certamente trará um brilho especial. Se você produz Dubstep ou D&B e deseja um snare com muito punch, dê um boost em 250Hz. Cortes entre 800-1.2kHz podem trazer uma clareza maior para este elemento.

EQUALIZANDO TONS – Na equalização de tom, valorizamos a cor e não a potência. A maioria dos tons pode ser beneficiada com cortes entre 300-800Hz, além de um High Pass acima de 100Hz, para que não interfira com o kick e com o baixo.

EQUALIZANDO HI-HATS (pratos) – Pratos não possuem low-ends úteis. Então, comece com um high-pass filter em torno de 200Hz. Os mid-tones tem uma importância fundamental para definir a característica de um hi-hat, particularmente entre 600-800Hz. Para “clarear” os seus hats, tente um filtro “shelving”(prateleira) em torno de 12.5kHz.

17 Equalizando o baixo

Equalizar os elementos de baixo pode ser uma tarefa desafiadora, principalmente para quem produz em pequenos estúdios, nos quais as referências não demonstram o que está acontecendo nas frequências baixas. Um grande erro na mixagem do bass é se preocupar somente com os low-ends. Frequentemente ocorre que o seu bass soa bem em solo, mas quando você ouve todos os elementos da música juntos, ele acaba sumindo. O desafio aqui é valorizar frequências altas do bass. Observe como o seu bass ficará mais vivo e presente na música. Além disso, uma outra vantagem é que, quando sua música tocar em um auto-falante pequeno, ela soará bem e com nitidez. Do contrário, quando você não valoriza frequências altas do seu bass, ele simplesmente desaparece em autos-falantes pequenos, como os de um laptop, por exemplo.

O baixo possui frequências muito parecidas com as do kick. Portanto, é um desafio encaixar estes 2 instrumentos na mix, para que soem limpos.

Você deve prestar atenção em algumas frequências do seu baixo, que devem ser cortadas, de acordo com o seu ouvido e bom senso. Lembrando que os cortes não devem ser maiores do que 6db. Ok?

Considere cortar, no seu baixo:

60Hz – Essa frequência, que alguns chamam de “frequência hum” tem esse nome, pois ela tem som de “hum”. É interessante treinar o seu ouvido para identificar e cortar essa frequência. Ela pode estar entre os 60-70Hz.

250Hz – Como lembrado por AndiVax, esse é o pico de frequência da maioria dos kicks da música eletrônica. Então, é legal considerar um corte nessa frequência, para que o kick soe livremente.

1500Hz – Se você cortar, vai ter um bass mais limpo. Se quer um bass mais gordo, corte menos.

16kHz – Corte tudo acima desta frequência. Os harmônicos não serão comprometidos.

18 Pads, Leads e Strings

Sintetizadores podem ter espectros sonoros variados, que podem colidir com todos os instrumentos (kick, percussão, baixo…).

Como lembrado por AndiVax em seu tutorial, o erro mais comum é deixar várias linhas de synth (pads, leads, strings) tocando na mesma oitava, com timbres semelhantes.

Você deve construir os seus timbres de modo que a FREQUÊNCIA DOMINANTE (pico) seja diferente entre eles. Portanto, chegamos à conclusão que a melhor equalização é não equalizar.

No entanto, há algumas frequências que podem ser cortadas e, a partir daí, você pode partir para a sua própria equalização artística.

>>>LEADS: 400Hz

>>>PADS: 800 Hz

>>>STRINGS: 1000Hz.

Lembre-se que é importante colocar cada instrumento em seu devido lugar na mix, através de equalização, reverb, volume e panning.

19 Comece a mixagem pelo kick e bass

Produtores de outros estilos podem discordar. Mas em música eletrônica, quem manda é o kick e o bass. Portanto, o kick deve ser posicionado em um volume que salve uma headroom considerável (-6db, por exemplo) e os demais instrumentos devem obedecer o volume do kick, não excedendo-o, jamais.

20 Prefira trabalhar em audio, em vez de midi

Sempre dê bounces nas suas faixas. Dá um certo trabalho mas vale a pena.

Algumas razões para se trabalhar em áudio:

– Você consegue ter uma noção visual de onde o áudio começa e termina, ficando fácil poder limpar as coisas que você não quer (reverb, delay etc).

– Você vai poupar muito a sua CPU. Seu processador vai te amar!

– Você pode aplicar faders, reverse e uma série de efeitos que teria mais trabalho para aplicar num arquivo MIDI.

– Não tem oscilações.

21 HEADROOM – O que é e porque você deve preservá-lo?!

HEADROOM é o espaço entre o pico da sua música e o momento em que ela começa a clipar. Em outras palavras, é a quantidade de decibeis entre o pico (frequência mais alta) da sua música e o momento em que os leds indicadores de “overload” (geralmente vermelhos ou amarelos) são alcançados.

Se a sua mix está muito alta, você terá problemas na masterização. No entanto, se estiver muito baixa, você também terá problemas.

Portanto, é recomendado que, no seu canal de output, o pico (frequência mais alta) esteja entre -12 e -3 dB. Quando os picos atingem 0dB, ainda é possível realizar a masterização, mesmo não sendo o mais recomendado. Passando disso, você terá problemas.

Há muita discussão em torno da Headroom, principalmente sobre a quantidade ideal. Geralmente, quem faz a masterização tem as suas próprias definições. Mas, a maioria dos engenheiros de masterização concorda que você deve preservar pelo menos -3 a -6db de headroom na sua mix.

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