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Uma saudável dose de insanidade
O engenheiro de software Cristiano Grimaldi comprou em Niterói um lote de 5.000 discos de 78 r.p.m., gravados entre 1898 e 1918, entre os quais cinco versões do histórico “Pelo Telefone”. Como fazer para levá-los para o Rio? Contratou um caminhão-baú e acomodou nele a coleção. O caminhão veio sacolejando pela ponte Rio-Niterói e a despejou à porta de seu edifício em Laranjeiras. Cristiano muniu-se de um carrinho de supermercado e precisou de 80 viagens do carrinho para transportar os discos para o 7º andar. E não se perdoou porque um disco -um em 5.000- se quebrou no caminho.
Mas, em matéria de especialização, quem bate o americano Rutherford Chang? Ele acumulou 3.417 exemplares do “Álbum Branco”, dos Beatles, de 1968 -edições inglesas, americanas e de toda parte-, para provar que, com o uso, cada qual se tornava um objeto único. Chang os separava por capas assinadas, rabiscadas, desenhadas, rasgadas, desfeitas, engorduradas, e pelos discos arranhados, mofados, com saltos e com defeito de prensagem, de reverberação, de volume. Nenhum era igual ao outro.
Chang morreu há dias em Nova York, aos 45 anos. Quem herdará sua coleção?
Se dependesse dos colecionadores, suas coleções seriam enterradas com eles.
Leia mais (02/23/2025 – 08h00)